Velório do Juca Torto
Procedência (2009)
Cesar Oliveira e Rogério Melo
Fui no velório do querido juca torto,
Eu era íntimo do morto,
Pero mucho más da viúva
Babava águas, pesos de raio e trovão,
Entrei de chapéu na mão e poncho encharcado da chuva
Tomei um trago de canha meio sem jeito,
É que tenho este defeito de gostar de coisa triste
E quem resiste a um velório com cachaça,
Com rapadura bolacha e umas "veia" pra dizer um chiste
Varei a sala arrastando as nazarena,
Corri os zóio na morena chorando embaixo de um véu
Tinha um gaiteiro vaqueano das horas brabas
Que floreava uma pianada pedindo as bênçãos pra o céu
[refrão]
Não chora linda, não chora minha querida
Porque a saudade é um mau que o tempo cura
Não chora linda, não chora minha querida
Que nessas voltas da vida a gente acha o que procura. bis
Eu tinha um lenço borbado com as inicial
E ofereci muy cordial, tapado de sentimento
Não te preocupa que os amigo são pra isso,
Fica aqui meu compromisso te amparar neste momento
Vendo a quietude que negaciava o ambiente,
Fui pra o lado de um parente falando o que era preciso
Me dê licença que eu conhecia o finado,
Sei o que ia querer o coitado, que eu cantasse de improviso
[versos de anomar danúbio vieira]
Juntei o sombreiro ao peito e saquei um verso da goela
Sentido eu faço este verso, em respeito ao falecido
Que era muito meu amigo, desde os tempos de guri
Se agora me encontro aqui, pra te dizer por inteiro
Pode ir-te embora parceiro que a viúva eu cuido pra ti