Charla de Fronteira
Um Canto Pra Ti (1995)
Cristiano Quevedo
Declamado:
Aqui me planto a cantar
No destino guitarreiro
Trazendo um canto fronteiro
Com marcas de laço e casco
Nas rimas, cheiro de pasto
De mangueira, de galpão
Suor que fica em xergão
Estendido às varas do brete
Da graxa que se derrete
Pelas trempes fogoneiras
Nas manhãs desta fronteira
D´onde o ritual se repete
Começo, então, meu relato sobre o pago e a gauchada
Léguas de campo buenaço´, indiada, força no braço
E é crioula a cavalhada
Canto sem muito floreio, esta terra pacholenta
Onde se mete o cavalo e qualquer que for o embalo
A todo tirão se aguenta
A todo tirão se aguenta
Canto pra aqueles que entendem este linguajar campeiro
Que foi parido na pampa e carrega a xucra estampa
No cantar deste fronteiro
Tiros de laço em rodeio, apartes, paleteadas, pechando o touro no meio
E lidando com a eguada
E lidando com a eguada
Fim de semana em bolicho se encontra bochincho grosso
Hay canha, jogo de truco, carreira e cancha de osso
E quem nasceu nesta terra se destaca entre os outros
Se criou numa mangueira lidando e domando potro
Lidando e domando e potro
Disse martin, meu patrício, encerrando sua história
Sustente que lhes dou pau, saibam que esquecer o mau
Também é se ter memória
Vou terminando meus versos, pois me agrada bem assim
Relatei sobre a fronteira, querência de don martin
E vou fechando a porteira que a chamarra chega ao fim
Que a chamarra chega ao fim
Que a chamarra chega ao fim
E vou fechando a porteira que a chamarra chega ao fim