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Milonga do Calavera

Teixeirinha Interpreta Música de Amigos (1972)

Teixeirinha


No meu coração crioulo eu tenho origem charrua
Sou liberto como a lua que a grande noite embriaga
Brinco no fio de uma adaga quando o amor é promessa
Pois sempre o perigo impeça depois que o candiero apaga

Gosto de uma milonga de baixo de uma ramada
Tendo a viola requintada num bordadeio chorado
Enquanto a china ao meu lado me olha com picardia
Caramba que judiaria se não houvesse o pecado

Numa carreira de amor é lindo largar de atrás
Ainda se grita no mais só para assustar o parceiro
Todo índio tarimbeiro sabe que china com manha
É carreira que se ganha mas tem que judiar primeiro

Pro amor sou calavera pois a vida é uma roleta
E a malissina carpeta dá um gosto lindo no jogo
Pra mulher com olhar de fogo sempre faço jogo aberto
Porem quando não da certo começo tudo de novo

Por isso que sempre digo pra invernada do infinito
Quero chegar despacito milongando sem rancor
Dando a china minha flor chorando na cruz de estrada
Minha última clavada na cancha de osso do amor


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