Do Rio Grande Antigo
Do Rio Grande Antigo (1997)
Os Monarcas
Gosto de bailes nos rincões perdidos
Destes fundões que nem estão no mapa
Porque retorno ao Rio Grande antigo
Do violão, do pandeiro e da gaita
Troteio à noite pelo chão batido
E esburacado do salão de um rancho
Gasto a fivela de esfregar no umbigo
De uma chinoca num tranquito manso
Não sou de briga não nasci pra isso
Quero da vida os seus bons momentos
E é num farrancho que mora o feitiço
Que vem do fundo de um olhar moreno
A melodia parece nascer
Do bate casco e do assobio do vento
É o rancho velho querendo entender
A vibração dos corações lá dentro
A gaita toca o pandeiro responde
E o violão dê-lhe bordoneio
O pai da moça quer que eu dance longe
E dê uma folga para o sarandeio
(Mas não tem jeito quando o amor nos pega
O corpo quente da china é um perigo
E vida afora a gente carrega
Este retrato do Rio Grande antigo)