Nem mesmo o vento me peala, nem pros trovões eu me calo
sob a tenda do meu pala me acomodo e me agasalho
pois o campo é uma sala pra quem tem um bom cavalo.
se o rio escapa do brete, se a geada é vidro no pasto
quem é florão de ginete encontra abrigo nos bastos,
e qual um astro cadente se some deixando um rastro.
que o vento ‘venga’ dos andes, que a chuva caia do céu
não me importa onde eu ande eu quero viver ao léu
para morar no rio grande eu me abrigo no chapéu.
se o potro negar estribo e sair trocando orelha
aí no más eu te sirvo e a briga vai ser parelha
e enquanto eu me snetir vivo vai chover mango e estrela.
se a china casar com outro, que o padre toque o badalo
eu sempre pago meu coto bebendo só no gargalo,
mas levo o destino solto igual ao canto do galo.