Luiz Marenco
Nasci feio como susto
Parido com pelo e tudo
Filho da dona nicacia, neto do veio trançudo
O chinaredo do rancho me chamam de joão cuiudo
No bagual de mais corinxo
Meto as garra e quebro galho
E saio mais entunado do que conde de baralho
Cansei de acabar bochincho cortando a gaita num talho
Encilho até lixiguana
Depois que peço a bolada
Me grudo se me da gana me solto quando me agrada
Lembro até uma castelhana que trouxei numa dentada
Que me importa o macheril
Quando a volta se desmancha
Nos mais taura do de fio nos mais fraco do de prancha
Faz parte do meu feitio ficar de dono da cancha
Se me falta água de cheiro
Me tapo de criolin
Não é culpa de ninguém foi deus quem me fez assim
Há sempre um lote de china correndo atrás de mm
A cordeona que floreio
Numa vaneira jesuíta
Se encordoa num rodeio que nem teto de mulita
Como é que um índio tão feio toca marca tão bunita
A guitarra que pontei
Com esses dedo de veludo
Se acomoda sem receio no meu peito cabeludo
E o verso sai como veio da alma do joão cuiudo
Tanta coisa nasce linda
Depois não tem serventia
Se a feiúra fosse crime o feio não existia
Se eu não prestasse pra nada ficava pra tirar cria
bordel; onde fica o chinaredo
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
excelente, bom, ótimo ou cavalo xucro
Briga feia, festa informal
Desejo súbito, vontade.
Vivente que se pode recomendar.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Reunião para cuido, que se faz do gado.