INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Bandeira de Guerra

Luiz Marenco

CD Interior (2003)

Uma carreta rangindo, ainda nessas estradas,
Trazendo a história de um povo e uma bandeira hasteada.
No mesmo tranco dos bois, chega de um tempo passado,
Lerda e pesada pra venda, vai adentrando o povoado.

Marcas de cascos e rodados na mesma estrada de terra,
Que n'outro tempo levou esta bandeira de guerra,
Por este pago de léguas, de várzea e coxilha larga,
Abrindo rumos à frente a comandar uma carga.

Uma parelha de pampas, outra buena de brasinos,
Trazendo a força das juntas, juntas pro mesmo destino.
(Dos que botam a mão na terra pra garantir seu sustento
E carregam já puídas suas bandeiras no vento.) Bis

Vai perto a dor da picana, mais longe um cusco de atrás
E a esperança no rastro de quem tem fé no que faz.
Trazendo nessas carretas, vida e luta "acolheradas"
E uma história mermando de tanto tempo e estrada.

Pra quem olhasse ainda hoje uma carreta e seu dono,
Nem se daria por conta esse tamanho abandono...
Aos que trazem seu destino e a vida na própria cara
E a bandeira do Rio Grande na ponta de uma taquara.

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CARRETA

Veículo rústico e primitivo meio de transporte coletivo ou de cargas que chegou aqui no Pago Gaúcho, vindo dos romanos para a península Ibérica, tendo origem na Mesopotâmia.

POVO

Vila, distrito.

TRANCO

Andadura lenta dos eguariços.

PAGO

Lugar em que se nasce, de origem

COXILHA

Leves ondulações topográficas no terreno.

CUSCO

Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).