Não tenho a força do vento
Que leva e trás o verão
Não tenho o pé mais ligeiro
Que o vento e o furacão
Não tenho orgulho na alma
Mas tenho calos nas mãos
E tenho meus pensamentos ai, ai
Que chega a seu coração
Bebi do sangue da terra
Criei-me na tirania
Já vi o laço da morte
Nos braços da covardia
Gritei que o povo escutava
Cantei que o povo sentia
Matou-se quem torturava
Salvou-se quem não devia
Não tenho a chama do fogo
Que abraça no meu cerrão
Não tenho a força das águas
Que arrasta a população
Não tenho terras nem bois
Mas tenho meus pés no chão
E tenho as rédeas da história ai, ai
Seguras nas minhas mãos.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Vila, distrito.