Se por acaso me escutar meio dormindo
Esta cordeona meia voz quase chorando
Pode acordar não fique triste neste hora
É minha gaita de gaudério retrechado.
Se te lembrares de quem fui em outras eras
Quando tropeava a ilusão só por tropear
Volte a sorrir como sorria antigamente
Quando cevava o chimarrão pra me esperar.
Alma gaudéria qual a minha que vagueia
Campeando coisas simplesmente por campear
É pega-pega que se paga muitas vezes
Com revezes caborteiros de um olhar
Se for em vão o pensamento não importa
O importante nesta vida é recordar
As coisas velhas se renovam pra quem canta
Mudando a forma muitas vezes de pensar
Ouve a receita desta gaita malfazeja
Quando gagueja não dizendo quase nada
São os segredos que guardamos mano a mano
E se libertam aos sabor das madrugadas.
Vivente aventureiro que chegou na Pampa, vindo do Brasil-central; não tinha profissão definida, nem morada certa e não se amarrava ao coração de uma só mulher