Nunca vi nada mais lindo e coisa melhor nÃo ai
que um surungo a moda antiga nas barrancas do uruguai
um candieiro fumacento que balanÇa mas nÃo cai
a oito soco num canto, brincando de vem e vai
eu que nasci na barranca e me criei piraguando
bailezito costeiro... xuliava de vez em quando
sapucai rasgando a noite...e amores de contrabando
como era lindo de ver a gauchada baguala
marcando xote e vaneira nos quatro canto da sala
a daga cinchando o mango, mordendo as franjas do pala
no`assoalho riscos de esporas, no tÉto furos de bala
no meio da madrugada um indio prendia o grito
dizendo que na cozinha esperava um cafezito
velho cardÁpio crioulo vinha bem misturadito
feijÃo com charque mechido com guerrudo e bolo frito
trago no peito a saudade, dum surungaÇo costeiro
tambÉm a lembranÇa buena, do meu cambixo primeiro
um som manhoso de gaita, a meia luz de um candieiro
É surungo a moda antiga, na alma de um missioneiro