Hoje a varzia grande amanheceu coberta pelo aguaceiro,
Um manto de água prateada nos olhos cansados do velho campeiro.
Costeia o tição do borralho a chuva lhe faz parceria, já chove a uma semana
E pelo que parece vai ao fim do dia.
Erva crioula na cuia enquanto a cambona se apronta pra um mate,
Sentado na beira do fogo apronta três tentos da longa da encilha.
So resta um naco de fumo, picado da mais um palheiro, so quem conhece essa vida,
Campeia na espiga a palha macia.
A, meu coração é desta terra,
A, semeio a paz onde tem guerra,
Felicidade, liberdade, deus me fez assim
Não desejo a ninguém o que não serve pra mim.
Sentado na beira do rancho o velho campeiro mateia calado, e assim se ve preocupado,
A boiada berrando pedindo socorro, mesmo na hora da encilha,
O cusco precente a saída, palheiro no canto da boca, debaixo do poncho prontito pra lida.
Fim de tarde chegando, boiada pastando mais calma e tranquila,
Enfim a chuva se entrega e poncho se abre na beira do fogo.
Costela de ovelha na brasa, carreteiro e um trago de pura
E mais uma sevadura pra cuia que espera outro mate de novo.
A meu coração é desta terra,
A semeio a paz onde tem guerra,
Felicidade, liberdade, deus me fez assim
Não desejo a ninguém o que não serve pra mim.(2x)
Pedaço de lenha que está ardendo no fogo, ou que já foi queimado em parte.
Cabaça para chimarrear (ou matear); em guarany caiguá.
Pava
Pedaço (de fumo em corda ou de carne).
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).
Cigarro feito de fumo-em-rama, cortado, picado, moído e enrolado em palha-de-milho.
Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.