(Letra: Gerson Brandolt | Música: Gerson Brandolt/Beto Villaverde)
Quando me dei por conta, o mundo vinha girando
Pois deu um bufo assombrado, se deu volta veiaqueando
Bagual que estava costeado perdeu a doma num upa
No primeiro salto que deu, me sentou lá na garupa
Mas eu que vivo do arreio não me assusto assim no más
Fui me ajeitando nos cacos quando deu volta pra trás
E aprumando uma guachita aconselhando o rapaz
Era um mouro cabeça preta, marca de bridão dos Guerras
Que se incomodou comigo querendo me por pra terra
Mala Branca desgranido foi inventar esta fuzarca
Boleava a anca no ar corcoveando que nem vaca
Mas eu que vivo do arreio não me assusto assim no más...
Cruzamos num taiperio, quase igual a um pé de vento
Taureando nesta peleia sem "afloxar" nem um tento
Oigalê, pegada feia neste fundão de invernada
Nesta hora é que se vê que a vida não vale nada
Mas eu que vivo do arreio não me assusto assim no más...
Vinha os arreios ringindo numa toada de pelo e couro
Entreparou contra a cerca, reconheceu a doma o mouro
Troteou meio se espiando, como zombando comigo
Enfiei o chapéu nos "óio" com cara de poucos amigos
Por que eu que vivo do arreio não me assusto assim no más...