- O rio negaciando o mato
A lua clareando a gente
Quando a voz do mensageiro grita que chegou a enchente
Está no ponto de balsa
Já quase clareando o dia
Vamos soltar as amarras pra mais uma travessia
Despacito se vai a balsa
Chorando o atrito das toras
E um adeus embalsa os olhos de quem fica e vai embora
Num quartel troncos de lei e um rancho de santa fé
E um rio bordado de estrelas nas trilhas de um chamamé
Esta viagem de coragem lá pelo porto de Goioen
No ressolho do cipó
Não se afrouxa o recavém
Nem um lar em Santo Isidro
Vou pra cancha de Santa Maria
Quem não tem um santo forte não se cria
Se vai, a balsa se vai...
Se vai, a balsa se vai...
Vem pelo lombo do rio
Nas enchentes do Uruguai
Quem tem sorte, vai e volta
Quem não tem, não volta mais
Ali no baixedo da bugra, quase o pelotão desmancha
Depois de tomar uma caña, pensando numa pinguancha
O rio, barranca, resolho, cachoeira e chifrador
E um remanso de saudade dos olhos do meu amor
A enchente mais maleva foi a de quarenta e seis
A se eu pudesse eu voltava naquela enchente outra vez
O mestre Curida ao remorque
Gravata, tronco e cipó
Llevando pra Uruguaiana nas barcas de Chapecó
Esta viagem de coragem lá pelo porto de Goioen
No ressolho do cipó
Não se afrouxa o recavém
Nem um lar em Santo Isidro
Vou pra cancha de Santa Maria
Quem não tem um santo forte não se cria
Se vai, a balsa se vai...
Se vai, a balsa se vai...
Vem pelo lombo do rio
Nas enchentes do Uruguai
Quem tem sorte, vai e volta
Quem não tem, não volta mais
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Malfeitor, desalmado, mau e perverso.