Soledade terra de gaúcho forte
Se é preciso enfrenta a morte não liga pra tempo feio
E quando pega num laço de doze braças
Mostra que é de boa raça quando vai para rodeio
Todo momento estou lembrando com saudade
O povo de soledade quando por lá passei
No meu pescoço ainda trago amarrado
Aquele lenço colorado que de presente ganhei
Indiada boa, quando entra num fandango
É maragato e chimango partido da maioria
E numa parte o lenço branco é muito usado
E na outra é o colorado e tudo vive em harmonia
Pois soledade posso dizer com certeza
Os teus campos tem beleza onde a boiada se expande
Eu sempre disse com a maior sinceridade
Que os campos de soledade é o terreiro do rio grande
Pra soledade eu escrevi com a minha pena
Por lá tem cada morena do rostinho encantador
Pois soledade deixou minha alma aflita
De tanta moça bonita parece um jardim de flor
São camarada as moças de soledade
Trata com cordialidade um gaúcho forasteiro
Por lá toquei, cantei moda e fiz barulho
Pois soledade é o orgulho do meu torrão brasileiro
Soledade é o centro da tradição
Povo de bom coração por lá tudo é alegria
Em cada canto de lá tem um cemitério
É só cair do sério dá uma morte por dia
Fiz este xote em homenagem à soledade
Pra matar minha saudade qualquer hora vou aí
Adeus amigo, adeus gaúcho de coragem
Já rendi minha homenagem, adeus vou me despedir.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Reunião para cuido, que se faz do gado.
Vila, distrito.
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Aficionado tradicionário e político, que ostenta o lenço colorado com o nó quadrado (quatro cantos ou rapadura); esse vocábulo, na origem designava ladrão de moça, de cavalo, de gado, etc.
Ave rapinídea; alcunha dada em 1915, aos Borgistas (usuários do lenço branco com nó comum).