Me chego pro posto do campo do fundo
Mulher e surungo me adoçam de gosto
A entrada é dez pila rodeio a guaiaca
E o cabo da faca na luz se perfila
Em baile de cobra não vou sem porrete
Que em baile e piquete seus olhos desdobra
Boteja rolhada deixei na macega
E a canha me alegra na quarta bicada
Viola e cordeona na luz do candeeiro
E os zóio matreiro dumas querendona
Não tenho sossego num baile macota
Taqueio com as bota e balanço o pelego
Com alguma pinguancha me agarro em cambicho
Me encurto e me espicho na volta da cancha
No chão da bailanta eu cravo à coqueiro
E neste terreiro outro galo não canta
Eu danço e balanço na volta da faca
Se um touro me ataca termina boi manso
Me vou as macegas pro um último gole
E o ronco do fole num bufo se entrega
A noite tá morta enquanto me vou
A moça ficou me bombeando da porta
Lindaça e feliz parece um retrato
Seu cheiro de extrato me adoça o nariz
Baile de baixa categoria.
Denominação dada à antiga moeda de “um mil réis”. Palavra regional que dá nome a moeda nacional, no caso o Real (ex: 10 pila, 25 pila - usa-se sempre no singular).
Reunião para cuido, que se faz do gado.
Cinturão de gaúcho, com algibeiras.
Pequeno agrupamento de pessoas; também designa um pequeno potreiro, onde pastam os potros.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Pejorativo de moça jovem e vulgar.
Apego ou paixão por uma china, ou por um peão.