Não confundas o meu jeito rude
De quem parece já estar minguando
O mundo é igual ao outono, penso
Ensina a gente a continuar guapeando
Não me venhas com propostas novas
Sei o que faço conservando o tino
Aprendi que por mãos estranhas
O rumo é outro, não se faz destino.
Faço charque, guardo canha, tenho doce
Bom cavalo, erva nova, isso eu posso
Pegue o prato, não se acanhe vá servindo
Mesa posta nada alheio, é tudo nosso.
Vejo o rebanho que esta crescendo
No ventre xucro destas invernadas
Mesmo que tentem me entregar não vou
Aprendi lições nestas camperiadas.
Venho da era da semente pura
Me fiz gaúcho por abrir caminhos
Com braço forte conquistei querências
Com guitarra e canto afastei espinhos
Selvagem.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.