De madrugada alço a perna num "tição"
Mirando o fogo ao depacito "mateio"
E o vento norte reponta ao romper da aurora
Arrasto espora e do de mão no meus arreios
Garrão de potro bem "sovado" ao meio pé
Chapéu tapeado num estilo da fronteira
Saio ao "pacito" de bombacha remangada
E a "bagualeada" trago a grito pra mangueira
Tenho um lobuno que por pouco se "boleia"
E um malacara velhaco e manoteador
Perdi a conta de quantas vezes um tobiano
Por aragano me coiceou no tirador
Três galopes tem um baio "pescoceiro"
E um gateado das quatro pata brazinha
Mais um picaço que se amança pouco a pouco
E um zaino louco que eu redomoniei pra china
Faz muito tempo que eu arrodeio "troqueiras"
Sou um indio chucro domo potro e gineteio
Quando "piazito" embuçalei meu destino
Por ser "piatino" me agrada o choro do arreio
Pois quem já nasce com a alma presa na espora
E o coraçao batendo igual a um rebenque
Nasci sabendo que a vida é mais aragana
Do que o "ventana" que sente abraçar o palanque
"tenho cravado em frente ao rancho, um palanque macharrão que enrraizado no chão escora qualquer sentador, sou taura, sou domador. também nasci caborteiro, tenho um cusco por parceiro e o sol de amadrinhador"
Quando a tardinha chega ao tranco escramuçando
No oitão do rancho pra golpear um mate me sento
Junto da china amor chucro e candongueiro
E o sol matreiro se rebolca terra a dentro
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Inconfiável.
(Haragano) - Não dado ao trabalho.
Esteio grosso e forte, onde se amarram animais.
Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).
Andadura lenta dos eguariços.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).