Longe no fundo de um mato
Cordeona ouvi soluçar
Num balançado esquisito
Curioso fui investigar
Me deu um frio na costela
Só vendo pra acreditar
Trepado cordeona alçada
Um bugio a roncar
Pasmado borquiaberto assustado
Me pús a escutar
Ele cantava tristezas
De um povo a se dizimar
Em sua volta um bando chorada
Em coro a rezar
Temendo desmatamento
Onde se refugiar
//
Mas porque,
O progresso não nos traz
Benefício, amor e paz
Pra nossa Nação
Mas porque,
O homem não ouve a voz
De Deus que fala por nós
Em seu coração
//
Fui me aproximando ao bando
Pra dar minha explicação
Calou-se o ventre da mata
O gaiteiro chamou-me atenção
Este que chega parceiros
De nossa paz é ladrão
Eu lhe sentencio a morte
Sem ter compaixão
Um bugio velho grisalho
Fitou-me como um protetor
E pediu calma pro bando
Falando em Nosso Senhor
Este vivente parceiros
Espalhará com fervor
A compaixão, a tristeza
O porque nossa dor
//
Mas porque,
O progresso não nos traz
Benefício, amor e paz
Pra nossa Nação
Mas porque,
O homem não ouve a voz
De Deus que fala por nós
Em seu coração
//
Guariba, primata sul-americano.
Vila, distrito.
Indivíduo, criatura, pessoa.