De manhã cedo eu faço fogo no biombo
Pego o corongo e a garupa e no gargalo
Depois que tomo um chimarrão bem campeiro
Pego o sogueiro e vou recolher os cavalos
Corto o guanchume e dou uma esfregada no laço
No meu picaço boto o buçal e o freio
Ajeito ele na moda velha campeira
Pra tirar poeira o lombo dele eu rasqueteio
Dou uma cruzada no bulicho de campanha
Loto meu cantil de canha e vou direto pro rodeio.
Entro no parque e vejo o povo se acampando
Vão chegando e direto pro missão
Rodeio grande Bueno é uma coisa de louco
Puxando os troco e já vão pagando a inscrição
Tem raspadinha, vaca gorda e gineteada
Tem paleteada, me tapo o parque de pó.
Enquanto as prendas saboreiam um mate amargo
Eu tomo um trago pra destrancar o gogó
Vou na barraca deixo ajeitada minha cama
Me vou pro baile da grama balancear os mocotó
Domingo cedo tem um concurso de gaita
Se o índio é taita floreia de tudo um pouco
Venci o concurso por ser um gaiteiro afoito
Na 48, 24 e 8 soco.
Na gaita piona tem gaiteiro a reviria
Na poesia me entrevero e mato a pau
Declamo bem as xucresas do meu pago
Sou índio vago, não tenho instinto mal
Ganho o concurso dos outros, quebro o bulicho
Na poesia bochicho no jeito de Caetano Bravo.
Anca.
Primeiro apero do “preparo” da encilha.
Vila, distrito.
Bom.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Vivente valentão, destemido e guapo.
Mistura e confusão de pessoas, animais ou coisas.