Tchê, me perdoa guri
Se te deixei e cresci
Te trocando pela lida
É que pra sobreviver
Fui obrigado a crescer
Acossado pela vida
Não, não fica triste guri
Se te deixei e cresci
Trocando o peão pela pá
Por ser enteado da fome
Eu fui brincar de ser homem
Sem ter tempo de ser piá
Hoje tu vives assim
Correndo dentro de mim
No teu potro de taquara
Não, não me incomoda guri
Não vou te deixar sair
Pois o tempo não separa
Tchê, me perdoa guri
Se te deixei por aí
Sem infância pelos campos
Por isso sou desse jeito
Tu te agitas no meu peito
Quando vejo os pirilampos
Não, não fica triste guri
Porque agora ja cresci
Conheço toda a verdade
Por mais que a gente envelheça
E o guri perdido cresça
Sempre fica uma saudade
Mas por mais que te repreenda
Que te sufoque e te prenda
Neste dolorido encilho
Quando, quando o dia chega ao fim
Tu sai de dentro de mim
E vens brincar com meu filho
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
menino, garoto (Se usa em outras partes do Brasil)