Reparti contigo meu prato de sonhos
Meu catre de lona e cama de pelego
Meu rancho barreado que fiz a preceito
E em meados de junho te dei aconhego
Te dei mate quente no forte do inverno
Servido a capricho na concha da mão
No momento bravo, sombra e água fresca
Pra ser mais ameno teu sol de verão.
Reparti contigo dores e tristezas
Sonhos e esperanças, cerrados e jardim
Reparti meu peito bem pela metade
De saudade um tanto e carinho sem fim
Pedi ao patrão velho lá das alturas
Proteção divina, paz e alegria
Na boca do rancho um sorriso grande
Pra pelar cantando quando viesse asa crias
Te dei sobrenome que orgulhou o pago
E toda família por aonde vai
Peleador e amigo de raça e de fibra
Mas nunca foi santo, pois santo é meu pai.
Aprendi que o sonho é um desejo teu
A que a realidade é um direito meu.
Cama rústica improvisada com o “maneador” passado entre dois varões que unem dois pares de pés em forma de “X”, sobre o que, coloca-se forros (pelegos).
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
A maior autoridade de uma Estância, Fazenda ou CTG.
Lugar em que se nasce, de origem