Minha acordeona de vinte e uma teclas
E oito baixos pra me acompanhar
E quando eu abro minha gaita velha
Sinto saudade, chego até a chorar
De vez e quando abro o peito e canto,
Minha gaita velha chora no meu braço
Até os velhos de noventa anos
Saltam dançando firme no compasso.
Meu violão andava muito triste
Sem ter ninguém pra lhe fazer carinho
Lhe arranjei esta acordeona linda
Pra meu amigo não viver sozinho
Conheço bem a vida de gaudério
E certas coisas que o mundo requer
É muito triste a vida de um gaúcho
Sem as caricias de uma mulher.
Quando regresso cansado da viagem
Existe alguém que vive a me esperar
É uma china que eu adoro muito,
Cabelos longos, olhos cor do mar -
E esta flor que enfeita o rancho
E diz que me ama com sinceridade
Sempre me espera na porta do rancho,
Beija e me abraça louca de saudade.
De vez enquanto só por brincadeira
Faço ciúme pro meu violão
Pego acordeona e toco uma vaneira,
Enquanto a china ceva o chimarrão
Depois eu largo minha gaita velha
Pra minha flor eu vou fazer carinho
Assim é a vida destes dois gaudérios
Que desistiram de viver sozinho.
Vivente aventureiro que chegou na Pampa, vindo do Brasil-central; não tinha profissão definida, nem morada certa e não se amarrava ao coração de uma só mulher
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.