Elton Saldanha e Leandro Rodrigues
Meus amigos
Tô chegando do rinão do canta galo
Pede pro povo licença
Que eu vou dançar de á cavalo
E me emborca um garrafão
Porque eu bebo no gargalo
E me manda bater o sino
Porque eu sou o dono do badalo.
E assim sou eu
Cheio de cha-ra cha-chá
Isto é um dom que deus me deu
Quem é que vai me tira
Me chamam de boca braba
E tenho sangue cigano
E eu lastimei um irmão
Com uma pistola de dois canos
E vivo quebrando osso
Pra ver a cor do tutano
Sou mais grosso e mais largo
Que bombacha de dois panos
Sou la do rincão dos feio
E mando carta sem selo
Quem precisar de grossura
Me chamem que eu sou modelo
E o bico do pato é chato
E o sapo não tem cabelo
Me bota sem réis de canha
E o troco é de caramelo
E pode ser que eu nem nasci
Eu to na vida por acaso
Faz tempo que ando na estrada
To num baita dum atraso
Mas eu sou um índio social
Não vim aqui criar caso
Eu sou uma flor de pessoa
Só não encontro meu vaso.
Vila, distrito.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Lugar isolado em fundo de campo.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
grande, crescido; (Se usa em outras partes do Brasil)