INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Bochinchando

Cenair Maicá

LP Meu Canto (1985)

Rosilho bem encilhado, badana e pelego novo
E na casca de ovo, ajoujado na guaiaca
Pra emparceirar uma faca, de fibra marca coqueiro
De peleguear bochincheiro e fazer touro virar vaca

Pro bochincho me boleio, estufado de confiança
Que esse Xirú hoje dança com a mais linda do salão
E se a filha do patrão, se arreganhar pro meu lado
Não me faço de rogado, meto o peito e dou de mão Bis

(Hoje estou disposto a tudo envergo a melhor bombacha
Nas botas eu taco graxa e me englostoro as melenas
Encharco no trago as penas na guaiaca dou um desfalque
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena)
E depois tiro o recalque nos braços de uma morena)

Mal se chega e é um abraço de tanta china bonita
Dessas que as ancas agita maliciando o pensamento
E eu me achico num momento, fico embevecido ao vê-las
Divido tropas e estrelas ponteando no firmamento

Vou preparar o meu laço e apartar uma pra mim
Sento a marca e digo sim e volto às lides de campeiro
No meu rancho de posteiro, um chimarrão e carinho
Vendo um bando de piazinhos a correr no meu terreiro

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BADANA

Apero de sola para proteger os forros dos arreios.

BOCHINCHO

Briga feia, festa informal

XIRÚ

Vivente amigo e companheiro; é um vocábulo síntese da palavra CHE (amigo) e da palavra IRÚ (companheiro).

TACO

Espécie de cacete.

GUAIACA

Cinturão de gaúcho, com algibeiras.

CHINA

Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).

LAÇO

Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.

APARTAR

Separar.

RANCHO

Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.