- ai minha véia, e este frio?
- ai véio, pode ficar tranquilo que nós dois vamo te esquentar.
-nós dois quem?
- ah! é claro que é eu e o alcochoado velho
- ahhhhhhh
Hoje eu deitei mais cedo, estava louco de frio
Era sete hora e pico quando o sol se sumiu
A tarde caiu o silêncio, a noite não era escura
Eu encostado na velha, baixou a temperatura.
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou
E a velha tá reclamando que o pé dela gelou.
{repete}
-ah.. vamo se aninhar cedo minha velha. - porque? - pra te passar o ferro. - só se for no pé.
E nesta noite de geada me deu pena da muié
Tremendo o queixo me disse, me bota o ferro no pé
É o ferro de passar roupa, vê se me alcança de lá
Por que o alcochoado velho tá deixando a desejar.
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou
E a velha tá reclamando que o pé dela gelou.
{repete}
- eaí velha? o resultado. - ai véio, tá ficando bom. nem é ferro é um ferrão. - ohh
Os galos já estão cantando, já é alta madrugada
Espiei no trinco da porta, estava branco de geada
Voltei pra cama de novo com o corpo arrepiado
E a velha só reclamando - temo que durmi abraçado.
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou
E a velha tá reclamando que o pé dela gelou.
{repete}
- mas que guerra esse acolchoada passou? está todo furado. - ai que bom véio, que assim deixa que eu te esquento.
E parar tratar os bichos, levantei de madrugada
E no tapete da porta, minha cadela encarangada
Fui tirar leite das vacas, as tetar estavam congeladas
Minha junta de boi preto, estava branco de geada.
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou
E a velha tá reclamando que o pé dela gelou.
{repete}
- é tanto frio minha velha, que o picolé já sai pronto das teta da vaca. e a vaca esquiando no pátio.
A velha ficou gemendo, a noite inteira reclamando
Meu velho você não sabe, o que eu estou passando
Eu também tremendo queixo, pulando em cima da cama
E a velha de olho aberto, furando uma lixiguana.
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou
E a velha tá reclamando que o pé dela gelou.
{repete}
- meu velho, de tanto me encolher já tô que nem um chuchu. - ui! gostosa? - não, toda enrugada.
Voltei pra cama de novo, tava frio de arrepiar o pelo
Deitei bem juntinho dela, mais colado do que um selo
Puxei um papo com a velha, passei a mão nos cabelos
E ela me botou a boca: sai daqui, tu tá que é um gelo!
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou
E a velha tá reclamando que o pé dela gelou.
{repete}
- sai pra lá velho. - por favor me dá um cantinho. - não, não dou. - por favor! - não, não me encosta. - passa o ferro, tá bem quentinho.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
O osso do jogo-do-osso.