Luiz Coronel e Marco Aurélio Vasconcellos
Silêncio abanem os lenços
Chora o vento em despedida
Gaudêncio, velho Gaudêncio
Pulou a cerca da vida
A adaga atirou no rio
É mais um peixe de prata
Sete luas já partiu
Com seu poncho cor de mágoa
Esporas jogou ao léu
Olhando a imensidão
Mandou estrelas pra o céu
Quem se deitou no chão
Nas mãos levou sementes
Nada mais ele precisa
No "eucalito" se sente
Que Gaudêncio virou brisa
Dormindo em cova rasa
Sem nome ou data nenhuma
Se o pássaro bater asas
É Gaudêncio envolto em plumas
Quem quer levar oferendas
Pra Gaudêncio em noite escura
Leve bom trago de venda
Mate amargo e rapadura