Kenelmo Alves e Chico Alves
Toda a mentira pode ser verdade
Toda a verdade pode ser mentira
Candinho enganou a vida
E partiu mentindo para a eternidade
eu vim pra contar a história
de alguém que já morreu
sempre contando lorotas
por esse mundo de Deus
Candinho provou ser ligeiro
Acendendo um palheiro na chispa do raio
Ganhou uma carreira do vento
Outra do pensamento montado num baio
Contava que em horas de apuro
num potreiro escuro seu pingo buscou
Pensando montar seu tobiano
Num bárbaro engano um tatu gineteou
com toda força do braço
jogou seu laço pealou uma estrela
prendeu-a a guisa da espora
montou o destino e saiu campo a fora
Candinho Bicharedo sou capaz de apostar
Que até pra Deus agora estás mentindo
Imagino até vê-lo sorrindo tentando acreditar
Em tuas aventuras, lorotas tão puras.