Ernani Amaro de Oliveira
Um naco de um sol de ouro
Dourando a copa do angico
pé por pé se levantando
pra acordar o tico tico
é o frescor da madrugada
e a passarada já se assanha
e o sereno em gotas de prata
Enfeita a teia de aranha
Sol, lua, estrela boieira
num rastro de poeira
que o dia começou
metade de sol um vermelho
Riscando o céu na planura
Agachando-se matreiro
que nem sorro em noite escura
é a tarde é o caminheiro
que vai chegando a pousada
Tem mate e churrasco quente
Pra seguir na madrugada
Sol, lua estrela boieira
num rastro de poeira
que o dia continuou
Um quarto de lua fria
iluminando a coxilha
que filtrada, mais se enfeita
Nos cabelos da flechilha
E a noite, pra ser encolhida
Um causo uma gauchada
e o fogo comendo a lenha
no sorriso da peonada
Sol, lua, estrela boieira
num rastro de poeira
e o dia terminou