Letra: Jaime Vaz Brasil
Musica: Eduardo Jaeger
Elas chegam e pedem por seus filhos
Que sumiram num tempo desumano
Quando espadas forjaram soberanos
E o expresso da morte ganhou trilhos.
Quando aportam na praça dos lamentos
Como barcos perdidos na neblina
A esperança navega, clandestina,
Mas Caronte transporta seus rebentos.
Nessas madres loucas
O vazio replanta
A semente morta das esperanças tantas.
Suas vozes duras
Quase em desatino
Clamam por justiça,
Choram seus meninos.
Elas rezam e renovam suas sendas
Num protesto refeito a cada instante
Onde a crença, já quase agonizante,
Nas vigílias constantes de remenda.
O poder, aninhado em mãos tiranas,
Inseriu dentro delas os seus gumes
E nas dores que guardam, se resume
A história latino-americana.
Essas madres loucas
A erguer retratos
São do povo triste
Um espelho exato
E seus lenços brancos
Aves peregrinas
A voar, imóveis,
Sobre a Argentina