Se bate o vento no oco de uma figueira
Canta o rio grande num lamento de vaneira
É o minuano rondando trilhas campeiras
Redemunhando num lamento de vaneira
Se o galo canta lá no alto do oitão
Canta o rio grande uma vaneira de galpão
Anunciando um novo dia no rincão
Desperta a estância uma vaneira de galpão
Canta gaúcho, canta!,
Vai cantando a vida inteira
O nosso canto não, não tem fronteira
Canta gaúcho, canta vaneira!
Se o bate casco da tordilha ergue a poeira
Canta o rio grande num trancaço de vaneira
É o peão na sua lida estradeira
Levando a vida num trancaço de vaneira
Se o rangido da carreta rasga a estrada
Canta o rio grande uma vaneira largada
É o tropeiro gritando, abrindo picada
Tocando a tropa numa vaneira largada