Lá no salão do cegonha, nas bôdas do juca rengo
Eu me passei nos cunhaques, que até hoje me arrependo
Cheguei metendo os encontros, numa mulata fogosa
Bafei no zuvido dela, e ela gostou da minha prosa
Se fomos direito a sala, dançando com pala e tudo
Ela me errando bocada, e eu quase chamando o hugo
Bailava me gravateando, sem me dar nenhum descanso
Se atirando pros dois lados, igual a trote de ganso
Oh! mulata, mulatinha, eu tô louco de faceiro
Tuas ancas de égua xucra, faz do meu peito um brazeiro
Não largo dessa chinoca, nem que a mutuca me bata
Hoje eu vou ficar pitôco, bailando com essa mulata
Nunca me faltou destreza, mas quase levei um tombo
Frouxou o garrão canhoto, porque o chão tinha um calombo
Se fomos numa rodada, igual cardume em tarrafa
A china agarrada em mim, e eu segurando as garrafas
A noite vinha comprida, e eu virado num bagual
Se acertêmo, eu e a china, se fomos pro macegal
Não enxergava a mulata, naquela escuridão
Fui parpando pelo cheiro, e me atraquei no feijão