Velha milonga pampeana
Que vem farejando fumaça e galpão
Vive na alma campeira
Dos que se fizeram irmãos do fogão
Nasces das mãos calejadas
Que fazem aperos e domam baguais
Brotas qual pasto na várzea
Por isso milonga és campeira de mais
E vai repartindo esperança
Falando em saudade e causos de amor
Matando esta sede de pampa
De terra e querência, de pasto e de flor
Velha milonga pampeana
Por Deus eu te juro não vivo sem ti
És a essência mais pura
Da vida campeira que sempre vivi
És o encontro profundo
Da voz e do verso e do som do violão
Tens a magia do fogo
E o brilho dos olhos do velho peão
Velha milonga pampeana
Retrato falado dos homens rurais
Leva meu canto de alento
Aos que já cataram e não cantam mais
Vai na garupa do vento
Este velho minuano irmão como tu
Cruz o sem fim do infinito
E abraça por nós os antigos xirús