Nasci na estância num dia de gineteada
Cresci brincando com cabrestos e retilhas
Nas escondidas gineteava um cavalete
Quando a peonada campereava nas coxilhas
Quando taludo junto aos outros de minha idade
Por vez primeira trancei crinas de um bagual
Me dei por conta que encontrara o meu destino
Feito de esporas, maneador, rédeas e bocal
Refrão
(Eu sou ginete sim senhor com muito orgulho
É profissão que aprendi na dura lida
Me faz feliz voar no lombo desses maulas
Alma liberta gineteando a vida)
Quando calço minhas esporas cantadeiras
E na mangueira entre de chapéu tapeado
A potrada murcha orelha e senta as patas
Porque bem sabe que também sou aporreado
Bota o laço companheiro é sem de escolha
Qualquer um tem lombo certo pras minhas garras
É compromisso galopear toda tropilha
Eu afinal já monto até pra fazer farra
Refrão
Mas o tempo escaramuçando foi se embora
E minhas esporas pendurei no cavalete
Eu já não tenho a mesma força, o mesmo tiro
Só me restaram essas manhas de ginete
Eu que na vida não juntei campo e boiada
Deixo de herança uma tropilha de tordilhos
Essas esporas que já foram de meu pai
E hoje entrego com orgulho pra meu filho
Refrão