LP Cidadão a Cores Crioulo dos Pampas

A Morte do Pai do Badanha

Neste momento precioso
Vou contas uma façanha
De um baile que eu assisti
Lá no combo da campanha
Um lugar desconhecido
No meio de gente estranha
Chegou um sujeito mau
Com a cuia cheia de canha
Destes valentes pachola
Deu um tiro de pistola
E matou o pai do Badanha.

Foi um bochincho dos diabos
Mas valente não se acanha
Já saltou dando bordoada
No compadre Mascaranha
Veio uma gorda correndo
Num berreiro, coisa estranha
Tropeçou no falecido
Caiu por cima da banha
Nunca vi morto falar
Mas teve que até gritar
Pobre do pai do Badanha.

Uma velhinha surrapa
Atacava igual piranha
Pegava a pobre das moças
Mordia só na picanha
Mas outra velhaca astuta
Usou de sua artimanha
Gritando: aguenta o laço, velha boa não faz mãnha
E pra encurtar o assunto
Tinha mais de dez defunto
Contando o pai do Badanha.

Jamais na vida eu esqueço
Aquela triste façanha
Tenho medo e não assisto
Mais surungo de campanha
Nem tampouco mais me meto
No meio de gente estranha
E pra aqueles que morreram
Acendo vela e dou canha
Penso e fico arrepiado
E nos dias de finado
Eu rezo pro pai do Badanha.


"Quem quiser se queixar, que se queixe pra mãe do Badanha"

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