Jader Leal, Mateus Lampert
Sorvo no silêncio dos meus mates
Um aroma de campo e de galpão
A estrada se apequena pouco a pouco
Tenho meu mundo na palma da mão
Lavo a erva pura folha castelhana
Requento a água já fria na cambona
Encilho o mate como quem encilha um sonho
Ligo o rádio e ouço um toque de cordeona
Depois dos mates a alma se “aliviana”
Das distâncias que por sina são malevas
Depois do mates sou a cambona vazia
Que derramou suas saudades sobre a erva
Outro dia já me encontra mateando
Junto à cuia cevo sonhos de esperança
Lembro o mate ao pé do fogo com meu pai
Nas manhãs claras de inverno na estância
Troco alpargatas por sapato e calça reta
E saio manso do meu rancho na cidade
Sigo em frente construindo meu caminho
Deixo as lembranças recostadas no meu mate
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
São os aperos que vão sobre o lombo do eguariço, somente.
Destino, sorte.
Pava
Cabaça para chimarrear (ou matear); em guarany caiguá.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.