Num fundo de campo
Um posto da estância
Silêncio e distância
São partes de mim
Sou como o vento
Vivendo a meu tempo
Verões e invernos encontram-me assim
No tropel das manhãs
Já de mate lavado
Alço a perna no basto
E procuro o meu eu
Recorrendo invernadas
Não preciso palavras
Num assovio a alma proseia com deus
Se encilho meus potros
Prá sovar as garras
A ânsia dispara
E amadrinha o galope
Assim num silvido
Proseio com o bicho
Voltando “pras casa”
Ao compasso de um trote
Assim é meu mundo
Sem ter solidão
Rancho e galpão
Do jeito que eu quis
Potrada prá encilha
É grande a tropilha
Na paz do campo que me faz feliz
À beira de um fogo
Repenso a vida
Sou parte da lida
E assim vou levando
Campo e eu somos um
Num silvido comum
A solidão tem um preço que pago cantando
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Lugar em que se nasce, de origem