Bruno Neher / Clair Damin
Na hora do vanerão acorda quem tá sentado
Acorda quem ta dormindo se alegra quem tá emburrado
Chinoca do trote duro também entra no arrocho
Se escabela nas muhecas do xirú do queixo roxo.
Na hora do vanerão, vanerão venta rasgada
Todo mundo quer dançar e a sala fica lotada
Na hora do vanerão todo mundo quer espaço
Pá graúdo, pé miúdo cisca no mesmo compasso
Alto, baixo, gordo, magro se defenda quem puder
E os índios fazem muque nas cadeiras das muiés.
Na hora do vanerão dança louca de especial
Sai lasca, salta cavaco, parece um temporal
Índio do beiço caído se arreganha nesta hora
Pula dança, se balança, quem não casa se namora.
Na hora do vanerão é aquele uia há, há,
É um upa-upa e tá
Algum velho barrigudo no vanerão desaguacha
Se obriga apertar a guaiaca pra não perder a bombacha.