Flávio Mattes
Me lembro daquele tempo que vivi lá na campanha
Que ao invés de comer manteiga se comia pão com banha
Quando se carneava um porco parecia uma festança
Por que a gente dividia tudo com a vizinhança
Porém aqui na cidade credo em cruz até da medo
Pois quem tem dinheiro come quem não tem chupa no dedo
Fio de bigode Eu digo isso e sustento
No tempo do meu avô Era um baita documento.
No lugar que eu vivia, digo com sinceridade
Lá é muito diferente dos costumes da cidade
Aqui o ensinamento até me desacorçoa
Por que aqui qualquer pirralho chama os velhos de coroa
Lá eu levantava cedo com o cantar dos passarinhos
E aqui eu me acordo com os gritos dos vizinhos.
E o meu pai contou que meu avô um certo dia
Foi comprar uma boiada nos pagos de vacaria
Como não tinha recibo vejam só como é que pode
O velho dono da tropa lhe deu um fio de bigode
Porém aqui na cidade está tudo desse jeito
Nem um bigode inteiro está impondo respeito.
grande, crescido; (Se usa em outras partes do Brasil)
Guri satisfeito.
Grande quantidade de vacas
Coletivo de militares e de bovinos.