Um dia deste eu tava em casa
Sem mesmo sem ter o que fazer
Fui visitar meus compadres
Que há tempos passo sem ver
É um casal que eu considero e estimo com prazer
E eu chegar na casa deles ouvi a comadre dizer
Compadre espere um bocado que eu vou preparar meu rabo
Pro meu compadre comer
(E diz que essas gulodice a gente tem que comer
Quando está bem quentinho)
Só eu sei como a comadre faz um jantar ao reponto
E o compadre dava risada daquelas piadas que eu conto
Com o cheiro do tempero eu chegava a ficar tonto
Comadre, boa quem cozinha seu rabo ficou no ponto
Vomo acabá com a fofoca, compadre atrafuia a mandioca
Que o meu rabo já está pronto
(Mas fui metendo pra dentro, mais quieto que Jacú na Gabiroba)
Como eu gosto de rabada e pra fazer sou preguiçoso
E há tempo que eu prometia pra comadre véia, o pouso
Sempre me trataram bem dispostos e atencioso
E a comadre me oferece aquele rabo delicioso
Pra ela eu já fui dizendo quero amanhecer comendo
Este rabaço gostoso
(Pra mim que vinha mais atrasado que milico
Com uns dois meses de quartel
Fui atrafuiando pra dentro)
E o meu compadre me disse que andava muito enfastiado
Não come o rabo da comadre porque é muito engordurado
Que cada vez que ele come fica tonto, louco, ansiado
Mas se o compadre gostá coma bem do teu agrado
Meta bem fundo a gucharra espiche bem a beiçarra
Pra trás, pra diante e pra os lados
(Haha rabinho cosa mais linda do mundo
Bem do jeito que o veio gosta)
O rabo era de uma vaca, bem gordo, mas bem fresquinho
Comadre me dê a receita que eu quero vê seu cozinho
E vou levar vocês dois pra comer no meu ranchinho
Meto mandioca em rabada a cousinha bem feitinho
A caçarola de cabo quero comer o mesmo rabo
Com todo jeito e carinho
(É, e com jeitinho ele vai de novo
Só que a outra vez te que ser lá em casa
Não é comadre véia? E apareçam por lá)
O osso do jogo-do-osso.
Prato típico gaúcho, feito na base do rabo de vacum.