Eu sai pela fronteira ver negócios de importância
E pra ver se me ajustava de capataz de uma estância
Cheguei lá e me ajustei, donde havia uma potrada
Onde tinha um bagual baio respeitado da peonada
Baio da venta rasgada carunchado nos cornilho
Foi o que mais me agradou pra sentar o meu lombilho
Pra encilhar o venta rasgada custou uma barbaridade
Baixou a cabeça na estância foi levantar na cidade
Da estância para a cidade regulava légua e meia
Onde o baio se acalmou foi na venda do Gouveia
E eu apeei lá no Gouveia pra tomar uns tragos de vinho
Depois belisquei o baio desde a marca inté o focinho
Este baio corcoveava mesmo que um boi tafoneiro
Pois já estava acostumado a corcovear o dia inteiro
Bombeei pra um oitão do rancho vi uma prenda me espiando
E o baio não via nada e continuava corcoveando
Menina, minha menina me agarra senão eu caio
Que eu já venho sufocado com o balanço deste baio
Uma espora sem roseta e a outra sem papagaio
Se as duas tivessem boas, que seria desse baio
Quase arrebentei um pulso e as duas canas do braço
Deixei o baio bordado de tanta espora e mangaço
Um dia deixei a estância e fui cumprir minha sina
Mas o baio ficou manso inté pro selim de China
Segunda autoridade de um estabelecimento rural (Estância, Fazenda ou Grânja), de uma Tropa ou de uma Charqueada.
excelente, bom, ótimo ou cavalo xucro
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.
Medida do sistema sexagesimal.
Até.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Sela própria para montaria feminina.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).