Nos quatros cantos de uma salita campeira
Uma lamparina pendurada nos esteios
Lá na cozinha se ouve ditos e risadas
E na ramada se abre a flor do sarandeios
Pela parede por entre teias de aranha
A janela ganha uma paisagem a lo largo
E um índio véio numa oito soco se arrancha
Pedindo cancha para cantar o nosso pago
Pra onde foram os bailes de chão batido
Onde entretido se bailava a noite inteira
Será que eles se perderam tempo a fora
E só resta agora este bufido de vaneira
Tenho saudades das saudades de outras eras
Tenho taperas nos meus sonhos missioneiros
Tenho saudade mas quem não guarda quem saudade
Da ingenuidade de um bailezito campeiro
Que bom se o tempo desse tempo e voltasse
E repontasse pra nós antigas lembranças
Um pão de forno, um cafezito na cambona
E uma siadona se encondendo atrás das tranças
Pra onde foram os bailes de chão batido
Onde entretido se bailava a noite inteira
Será que eles se perderam tempo a fora
E só resta agora este bufido de vaneira
Cobertura tosca de um girau com ramas, para sombreamento ou “baile de ramada”.