Sou rei dos pampas sou gaúcho forte.
Um bom amigo e amigo de festa.
Tenho por cama do meu rancho as palha.
E o meu pala no calor da sesta.
Não tenho casa nem morada certa.
Tenho um cavalo e na garupa um laço.
Um bom arreio e um rebenque prateado.
Um bom revólver e seis balas de aço.
Entro no baile arrastando a espora.
Danço a tirana e também a ranchera.
Se encontro ali uma china morena.
Essa comigo dança a noite inteira.
De rei dos pampas ela deu-me o nome.
Eu vou contar o motivo porque.
Seis bandoleiros me deram um aperto.
E eu solito fiz os seis correr.
Um certo dia numa gauchada.
Montei em pêlo num baguá teimoso.
Soltei a tala entre as duas orelhas.
Piquei de espora êsse baguá furioso.
O fazendeiro um certo patriarca.
Quis dar emprêgo mas não aceitei.
O meu destino é viver nos pampas.
De pago em pago já me acostumei.
Tenho uma china que eu adoro muito.
Mora na serra da estância do tio.
De rei dos pampas ela deu-me o nome.
Por deus eu juro que ela não mentiu.
Sou mais que um rei embora sem tesouro.
Sou o rei dos pampas eis o sina minha.
Se ele tem uma coroa de ouro.
Eu tenho a china que é a minha rainha.