Esses dias eu tava seco precisando de comprar
Ninguém me vendia fiado ali naquele lugar
Mas eu que não sou atrasado veja o que eu fui inventar.
Deixei pra escolher um dia que o bolicheiro não tava
Ficou só a senhora dele, só ela é que despachava
E eu fui fazer um surtimento das coisas que eu precisava
Cheguei com muito respeito e na venda eu fui entrando
Ela veio e me perguntou que eu estava desejando
E eu fui pedindo os artigo e ela foi me despachando.
Eu mandei somar a conta enquanto tinha importado
Ela disse é trinta cruzeiro eu não uso vende fiado
E eu que não tinha dinheiro já fui de causo pensado.
Peguei a revirar os zóio e a boca eu fui repuxando
Ela veio e me perguntou o que é que está lhe dando
Respondi eu sou lobisomem e até já estou me virando.
Ela se assustou demais e gritou naquela hora
O senhor saia ligeiro que eu vou fechar a casa a gora
Se o senhor quer se virar, vai se virar lá pra fora
Então eu peguei a mala das compras que eu tinha feito
E fui saindo pra fora e não caminhava direito
Enquanto a casa aparecia eu fui daquele jeito.
Depois que encobriu a casa então aí eu me endireitei
E bem alegre e contente pro meu rancho eu alinhei
Mesmo eu não tendo dinheiro o que eu precisava levei
Pra terminar essa historia eu não vou contar bem certo
O bolicho eu não digo onde é, nem se é longe ou era perto
Mas ninguém é mais ativo que o lobisomem esperto.
O osso do jogo-do-osso.
Conto, estória.
Fantasma mitológico e lendário (metade lobo e metade homem).
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Pequena bodega.