Quando a cordeona se espicha
E o coração corcoveia
Levando a noite por diante
Enquanto o farrancho incendeia
Uma luz de lamparina
É uma estrela que clareia
Que dos esteios do rancho
No lusco lusco se apeia
A solidão que me ronda
Há muito minha parceira
Hoje largou meu destino
Nos braços de quem me queira
Sou do universo campeiro
Que fica alem das porteiras
Gosto de trago e retoço
E de china linda e faceira
Refrão
A cordeona noite a dentro
Vai saludando o rincão
Repontando a voz do pago
Pra estância do coração
De-lhe cordeona e vaneira
Sobre a quincha do galpão
Levando a alma encardida
Da polvadeira do chão
Depois de um trago de canha
Me largo no entreveiro
Trilhando a volta da sala
Mesmo que boi tafoneiro
E quando a china me agrada
Chego e danço se floreio
Que eu sempre deixo saudade
Nos ranchos onde eu me apeio
A madrugada me leva
Na garupa da cordeona
E eu levo na venta o cheiro
Do perfume da sinhá dona
Me silvando pra o rancho
Esta veneira gaviona
Contraponteada no basto
Rangendo por sobre a carona
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.
Cobertura com santa-fé, macega ou folhas de palmeiras.
Anca.