Letra: Anomar Danúbio Vieira
Era uma festa das mais grongueiras da redondeza
Tinha criolla, penca de potro, truco e fandango
Eu dei um lustro n corpo véio' e nas pobreza'
Pois hace tiempo que não me vajo bailando um tango
Cheguei e a coisa tava encorpada de tanta gente
Que tinham ido de auto, moto e carretão
Lotaram Combi dos cafundós dos arrabaldes
E eu, de a cavalo já que só tenho esta condução
Ali, debaixo de uma figueira de sombra grande
Assado gordo, vinho, guitarra e uns payador'
Atei meu pingo num cinamomo e maneei das patas
E vi se a adaga tava abrigada no tirador
Porque eu não sou de andar me luzindo por onde eu endo
Vivo cantando e tirando balda destes veiacos
Trago a humildade da minha gente num verso reto
E o meu dialeto vai registrado onde aperto os cacos
Porque eu não sou de andar me luzindo por onde eu endo
Vivo cantando e tirando balda destes veiacos
Trago a humildade da minha gente num verso reto
E o meu dialeto vai registrado onde aperto os cacos
"Pedi bolada numa tostada, jeitão de loca
Ao darem boca, saiu rezando c'o as mão' pra o céu
Mas me deu tempo de ver o brilho numa chuleada
De uma mirada que matreireava sobre um chapéu"
Caiu a noite e se aprochegaram para uma escuela
Gaita e pandeiro e o baile véio' pegou de fato
Violão crioulo e um cantador de boa garganta
Samba com Fanta, china bonita e cheiro de extrato
Num lusco-fusco, enxerguei aquela da gineteada
Morena bela, color de cuia e olhar matreiro
Quem sabe, dança só pra florear meu encantamento
Que eu me apresento como ginete e cantor campeiro
Se conhecemos entre chamarras e chamamés
E um bem querer foi se firmando no coração
Pedi licença e cantei um lote de marca antiga
Ganhei a linda e canto já livre junto ao galpão
Porque eu não sou de andar me luzindo por onde eu endo
Vivo cantando e tirando balda destes veiacos
Trago a humildade da minha gente num verso reto
E o meu dialeto vai registrado onde aperto os cacos
Porque eu não sou de andar me luzindo por onde eu endo
Vivo cantando e tirando balda destes veiacos
Trago a humildade da minha gente num verso reto
E o meu dialeto vai registrado onde aperto os cacos