Era boi, era boi, era boi,
Marcha boi, marcha boi, marcha boi,
Volta boi, volta boi, volta boi, volta!
Nesta constância inconstante da vida tropeira,
Tropa estendida na várzea pastando ao luar,
Faz me lembrar de uma feita num quarto de ronda,
Quando eu cantava em silêncio pra o gado escutar.
Era boi, era boi, era boi,
Marcha boi, marcha boi, marcha boi,
Volta boi, volta boi, volta boi, volta!
Nessa cadência sofrida o taura genuíno,
Segue num tranco arrastado pelo corredor,
O gado parece que sente na voz do tropeiro,
Um outro mugido de penas fazendo fiador.
Era boi, era boi, era boi,
Marcha boi, marcha boi, marcha boi,
Volta boi, volta boi, volta boi, volta!
Quantos invejam a vida do homem do campo,
Quantos recordam tropeadas sem nunca tropear,
Esse atavismo dormido na alma da gente,
Precisa sentir uma ronda pra se libertar.