Botei um vistaço na tropa em reponte
Bombeei o horizonte de um verso campeiro
O gado tranqueando o Rio Grande no passo
No casco o compasso do gateado-oveiro
A manga de chuva ponteou na divisa
Silueta de um poncho, se abriu sobre a anca
E lá como eu, uma garça solita
Figura no céu uma cruz de asas brancas
Eu trago uma pátria no par das esporas
Templada de estrelas colhidas no sul
E outra rangindo por sobre a carona
Firmando o sustento de um bom paysandú
Com léguas de estrada no apoio do gado
O tempo bem sabe que eu tenho fronteiras
E os ventos guapeiam no meu campomar
Galpão que é meu poncho, sem cor de bandeira
Até a estampa encardida da tarde
Ganhou olhos de maio e cismou a empeçar
Pois se agranda a vontade de pasto pra tropa
De mate, cambona e desencilhar
Avisto a estância nas léguas que faltam
Imagino o angico campeando nas brasas
Fogueando a saudade com a paz do galpão
E a alma da gente, se sente nas casas
( )
Eu trago uma pátria no par das esporas.
Coletivo de militares e de bovinos.
Pava
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.