INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Yuyo de Espinhos

Luiz Marenco

CD Sul (2016)

O canto é ponta de espinho
Desses de campo dobrado
Sente o peso do caminho
Quem traz um verso cravado
Roseta de primavera
Rengueando o cusco aperreado

Aquele que é dessas voltas
Sabe onde arde a coivara
Brasa que gruda e não solta
Felpa seca de taquara
Unha-de-gato em picada
Marcando o poeta na cara

A dor ardida do verso
É tombo em caraguatá
É universo sem resto
Preso no espinho de juá
Depois que entra na carne
É uma vida pra arrancar

Poeta não é ofício
É vida em campo queimado
As feridas deste vício
De não costear alambrado
Na alma marcada de puas
De se atirar nos farpados

Pra cada pena, um cantar
Uma rima, cada dor
É tanto campo a povoar
Pra um gadito de corredor
O verso é yuyo pra febre
Da alma do cantador

A dor ardida do verso
É tombo em caraguatá
É universo sem resto
Preso no espinho de juá
Depois que entra na carne
É uma vida pra arrancar
Depois que entra na carne
É uma vida pra arrancar

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