Sou meio quebra, não me assusto por bem pouco
Grande e pitoco, passo o couro e mando a cria
Pingo maleva costumo ajeitar no braço
Despois do puaço ele perde a rebeldia
No lombo do pingo sou doutor
E se for preciso, peleador
Sou basteriado e acostumado ao minuano
Destrincho a lida com destreza e amor
(Eu sou campeiro, sou posteiro, sou
Sou queixo duro em liberdade
Eu vivo a vida solto como o vento
Criado na simplicidade)
Se eu escuto o toque de uma cordeona
Bem respondona, minha voz pula do peito
Lidar no campo, faz parte do dia-a-dia
Mas por folia faço versos do meu jeito
Gosto da vida e de tudo que vem com ela
Não tem tramela na porta lá da morada
Chegue quem chegue sempre é bem recebido
Sem cerimônia, tem comida e tem pousada
/
À trote me largo pro povo farejando algum reboliço
Com o aroma da china nas ventas ando saudoso pra um velho
Feitiço
Me lembrei da bailanta do Antero onde chego fazendo pagode
O retoço é de gaita e pandeiro entra quem quer, sai aquele que
Pode Bis
Int.
Escuto de longe um pandeirito num tranco faceiro já conhecido
Calculo a distância que falta pro rancho no toque da gaita que
Chega ao ouvido
Sofreno o picasso, apeio e maneio desato a cordeona, e grito oh
De casa
A entrada eu pago tocando não tenho preguiça se derem uma vaza
Bis
Int.
Quem foi que inventou a saudade que risca de espora o coração do
Qüera
Uma noite tocando ainda é pouco pra espantar as mágoas do peito
Tapera
A chinoca não foi no surungo mas a gaita ocupou seu lugar
No meu braço à trocar confidências varamos a noite até o dia
Clarear Bis
Int.
Quem foi que inventou xixo bruto essa coisa louca de buena
De certo que fez o pandeiro as rosetas e um par de chilenas
Talvez tenha feito a cordeona e pro fole pealou ventania
Nas ilheiras o canto das aves e um berro de touro, pra baixaria
Bis
/
Toca,toca,toca, que esse bicho vai pegar
"bamo" "dançá", que o bicho é muito feio
Toca,toca,toca, que esse bicho vai pegar
"bamo" "dançá", que isso é festa de rodeio
Tem que ter cordeona, tem que te "muié"
É isso que a peonada quer
Tem que ter cordeona, tem que te "muié"
É isso que a peonada quer
Em oito segundos vai tremer o mundo
Na chancha da sorte do meu coraçao
Vai nesta viagem, de espora e coragem
O destino de um pobre peao
Segura, segura, segura morena
Eu sonho ao teu lado que sou campeao
Tem que ter cordeona, tem que te "muié"
É isso que a peonada quer
Tem que ter cordeona, tem que te "muié"
É isso que a peonada quer
Malfeitor, desalmado, mau e perverso.
Afetivo de cavalo de estimação.
Andadura moderada dos eguariços.
Vila, distrito.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Andadura lenta dos eguariços.
alegre, contente
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Lugar em que se nasce, de origem
Guria que se pilcha de bota e bombacha ao invés do vestido de prenda, prenda que passou dos 30 anos.
Baile de baixa categoria.