(Galopa, galopa meu mouro
Me leva pra ver as donzelas
Que a tarde vai cair no cerros
E eu vou cair nos braços delas)
Hoje levantei com sede da estrada
Atirei as garras no meu pingo mouro
Apertei a cincha calcei as esporas
Sai mundo afora campeando namoro
Soltei a tristeza pro fim da invernada
Bebi alegrias no sorriso das sangas
Deixei a saudade na encruzilhada
E adocei minh'alma com sabor das pitangas
/
Vamo pra sala moçada,
Que a cordeona roncou
Na vaneira marcada,
No seu embalo me vou
Vem da restinga essa marca,
Com alegria nos tentos
Para animar a fuzarca,
Na garupa do vento
Vamo que vamo vem de lá
Que eu vou daqui sem parar
Nessa vaneira da restinga
Não tenho lado pra chegar
Vamo que vamo até clariar
Que o surungo já enfesou
No fim do baile não te queixa
Se o fandango terminou
Quando chego de manso,
Louco pra ser feliz
Não me importa se o baile,
Tem mais gavião que perdiz
Cruzo o salão dançando,
Firme nesse compasso
Sinto o corpo vibrando,
Com a china nos braços
/
Meu Vale Quatro, nome da minha cordeona
E nesta lida eu conheço muito bem
E nos fandangos que pro povo estou tocando
Ela responde com "quero" todos tirões que vou dando
Que gaita velha, tão amiga e companheira
Contigo andei por toda a Federação
És o baralho que eu carteio com meus dedos
Meu Vale Quatro de alegrar o coração
E ao te fechar, ao terminar um fandango
Ou até mesmo no final de um vaneirão
Te aperto ao peito pra mostrar que ainda te quero
Meu Vale Quatro, carregada de botão
Afetivo de cavalo de estimação.
Apero da encilha que serve para apertar os arreios.
Vegetação mixta nas margens de vertentes.
Anca.
Baile de baixa categoria.
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Arisco.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Vila, distrito.